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SOCIEDADE FILARMÓNICA ESPÍRITO SANTO DA AGUALVA (SFESA)

 

A História de uma instituição ligada à cultura e à sociedade agualvense como a Sociedade Filarmónica Espírito Santo da Agualva, perde-se com a própria História da freguesia, sendo um pilar aglutinador da comunidade.

A Sociedade Filarmónica Espírito Santo da Agualva foi criada a 19 de março de 1922, contribuindo fortemente para o enraizamento de uma cultura musical forte, sendo a instituição no ativo mais antiga da Agualva. Houve uma antecessora, que remonta a 1868, chamada Agualvense. A antiga filarmónica está entre as primeiras coletividades musicais da Ilha. Fundada por João Vieira Lopes Barbosa e José Machado Toledo, esteve no ativo por 18 anos, até 1886.

O interesse musical manteve-se na população que, em 1922, viu nascer a atual Filarmónica. O grande impulsionador foi o Dr. Ávila Gonçalves que comprou instrumentos para a nova coletividade. Foram também fundadores Francisco de Paula Pimentel Correia, Aniceto Baptista Ourique, Aniceto José Baptista, José Correia da Silva, Artur Martins Toledo, José Bonifácio, Manuel Dias e Francisco Linhares Pereira, vulgo Chico Pato. Nos estatutos de criação da Sociedade Filarmónica Espírito Santo da Agualva afirmava-se que esta agremiação tinha como objetivo “contribuir para o progresso e engrandecimento da freguesia, proporcionando aos seus habitantes alguns passatempos, por meio de tocatas públicas”.

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Brasão da SFESA

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Aquando da fundação da Sociedade Filarmónica Espírito Santo da Agualva, esta possuía uma casa de espetáculos próxima da Igreja da freguesia, que a partir dos anos 50 do século XX deu origem à atual sociedade. Esta casa tinha uma sala para a música, uma sala de jogos, uma cozinha e no quintal construíram uma bancada improvisada, onde se viam filmes e espetáculos. Hoje a casa deu origem à sede da Sociedade, que sofreu várias remodelações ao longo dos anos, a última data de 2011.

Fernando Homem Rocha, antigo membro da filarmónica, em uma pequena conversa ainda antes de morrer, recordava que ensinava música a vários alunos, mas no ano de 1955, iniciou uma escola de música, com 11 alunos, onde ensinava mais sistematicamente a tocar instrumentos. Desses 11, oito revelaram-se grandes músicos.

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Direção e Músicos - 2021

Vários maestros fizeram a história desta instituição. Hoje encontram-se as suas fotografias, assim como um pequeno espólio desta filarmónica, no núcleo museológico desta Sociedade Filarmónica, no primeiro andar. Assim a lista de maestros, por ordem cronológica, é: Manuel Coelho da Silva (pai), João Serafim do Canto, José Manuel Rodrigues, Tomás de Sousa Silva, António Coelho da Silva, João Cabral, Francisco Homem da Rocha, Manuel Coelho da Silva (filho), Cristiano Maiato, Manuel Toledo Valadão, Manuel Pires, Manuel Avelino Martins Lourenço, maestro desta casa por 30 anos, o atual músico mais antigo, com mais de 50 anos de vida dedicados a esta filarmónica, sendo o atual maestro, o seu filho, Hélder Lourenço.

Na comemoração do 90º aniversário da Filarmónica da Agualva, a 24 de março de 2012, foi apresentada uma palestra com a História desta Sociedade Filarmónica e também foi lançado um CD, com um passo doble original, a primeira música desta sociedade, registada com o nome “9 de Junho”. António Coelho criou esta partitura num dia de bebedeira, sem nunca mais ter repetido a criação. A “9 de Junho” esteve perdida por vários anos, tendo viajado várias vezes, até ser reencontrada e registada como pertença desta Filarmónica.

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Atualmente a Sociedade Filarmónica Espírito Santo da Agualva tem cerca de 75 músicos, sendo muitos deles crianças em processo de formação e integração na SFESA.

 

Doutor Francisco Miguel Nogueira

(Historiador e natural da Agualva)

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