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Moinhos de Água da Agualva

A implantação de moinhos na Agualva ter-se-á iniciado em finais do século XV, após a transferência de Álvaro Martins Homem da Capitania de Angra (onde instalara um engenhoso e complexo sistema de aproveitamento, inclusive para moagem, das águas da Ribeira dos Moinhos) para a Capitania da Praia.

Com o fim do monopólio das águas (lei de 02 de agosto de 1766), aproveitamento das águas (ex. para fins industriais como a moagem) passou a ser facultado a qualquer cidadão, o que conduziu à democratização e liberalização da sus utilização. Isso teve como consequência a proliferação de moinhos de água de iniciativa privada, a partir do século XVIII, donde resultou a instalação, até meados do século XX, de cerca de 50 azenhas ao longo da Ribeira da Agualva.

A esses moinhos acorriam enormes volumes de cereais produzidos na vasta planície do Ramo Grande (de Santa Cruz à Agualva), criando-se, assim, uma impressionante articulação entre produção, transporte, e transformação de cereais, naquele que foi, até meados do século passado, o principal motor económico e social do concelho da Praia da Vitória.

Atualmente, apesar da grande degradação que esse património associado à moagem sofreu, ainda podem ser constatados alguns vestígios de toda essa engenharia hidráulica e industrial (ex. regos de água; ruínas de antigos moinhos; pias e lavadouros; etc.) ao longo do Trilho da Ribeira da Agualva e, no ponto em que se encontra, é possível visitar uma azenha totalmente recuperada e operacional (cf. fig.1).

Trata-se de um moinho, pertença da Junta de Freguesia de Agualva (desde 2010) e recuperado, por várias fazes, desde 2017. O conjunto é composto por dois edifícios, sendo o menor uma antiga moagem e que se encontra “esventrada” por forma a focar a atenção do visitante na arquitetura do espaço (um piso inferior, em estrutura abobadada, onde estavam instaladas asa engrenagens e outro, superior, onde funcionava a mó e operava o moleiro).

No segundo edifício, bem mais amplo, constata-se um antigo espaço residencial, devidamente caraterizada segundo épocas remotas, constituído por cozinha com forno de lenha, pequena sala, quarto de cama e, claro, pelo moinho.

 

Nesse último, foram instaladas todas as engrenagens (cf. fig. 2) tradicionalmente associadas aos moinhos da Agualva, sendo as mesmas acionadas pela rotação de uma avantajada roda de madeira exterior que se move por ação da queda de água, sendo esta impulsionada por um circuito fechado de água gerado por intermédio de uma bomba elétrica devidamente disfarçada sob o solo de rego por onde a água circula.

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Fig. 4.jpg
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